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O INCT-Herbário Virtual da Flora e dos Fungos (INCT-HVFF) e o Projeto SISBIOTA: Rede Integrada em Taxonomia de Plantas e Fungos: ampliação do conhecimento sobre as plantas e fungos do Brasil

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Edital: MCT/CNPq/MEC/CAPES/FNDCT – Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade – SISBIOTA BRASIL

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O projeto do INCT-Herbário Virtual financiado pelo edital teve dois componentes básicos:

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  1. Avaliar a “usabilidade” dos dados dos acervos disponíveis online no Herbário Virtual da Flora e dos Fungos e disponibilizar interfaces de consulta que permitam monitorar e interpretar a ocorrência de espécies ao longo do tempo, indicando lacunas de conhecimento taxonômico e geográfico;

  2. Desenvolver um programa de pesquisa em taxonomia com a realização de coletas e estudos de grupos de plantas e fungos específicos, definidos pelas lacunas de conhecimento identificadas por meio da análise dos acervos dos herbários on-line e da Lista de Espécies da Flora do Brasil (Forzza et al., 2010).

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Produtos resultantes do componente 1:

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Nova interface de busca da rede speciesLink

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  1. Nomes científicos recuperados em qualquer busca do sistema são qualificados como nomes aceitos, sinônimos, ambíguos ou não encontrados nas listas de referência utilizadas. Como é possível realizar uma busca por herbário, o curador tem em mãos a lista dos nomes não válidos e respectivos registros no herbário.

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As listas hoje utilizadas como referência para os dados do INCT-Herbário Virtual são: Mycobank (fungos), AlgaeBase (algas), Flora do Brasil 2020 e o Catálogo da Vida do Species 2000.

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Lacunas de conhecimento da flora e dos fungos do Brasil

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No âmbito do projeto foi desenvolvido um aplicativo online que permite ao usuário avaliar a disponibilidade de dados de determinado grupo taxonômico, família, gênero ou espécie. Trata-se de uma avaliação dos dados disponíveis no INCT-Herbário Virtual partindo dos nomes aceitos e sinônimos da Lista de Espécies da Flora do Brasil, hoje denominada Flora do Brasil 2020. O objetivo do sistema é facilitar a identificação de lacunas de informação taxonômica e de distribuição geográfica sobre espécies de plantas e fungos do Brasil, e tem orientado as estratégias de digitação e de inclusão de dados de novos herbários na rede.

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Os relatórios gerados refletem as opções feitas pelo usuário através da utilização dos filtros: (1) só nomes aceitos ou incluir sinônimos; (2) busca exata ou busca fonética; e (3) todos os registros ou apenas os registros com coordenadas ou registros com coordenadas consistentes, ou ainda, registros com coordenadas consistentes distintas. Com isso é possível também qualificar o conjunto dos dados online em relação à atualização dos nomes científicos, erros de digitação e qualidade dos dados geográficos.

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O primeiro relatório Lacunas de conhecimento da flora e dos fungos do Brasil foi publicado online em setembro de 2011. Esse sistema evolui de acordo com a informação disponível e com novas demandas de usuários. Alguns exemplos são:

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  • Em janeiro de 2013 foram incluídos os status dos dados das espécies incluídas na lista de espécies ameaçadas de extinção da Fundação Biodiversitas, com relatórios das espécies presentes nos Anexo I e Anexo II da Instrução Normativa MMA nº 06.

  • A partir de janeiro de 2013 foram publicados relatórios semestrais do sistema Lacunas.

  • Em outubro de 2014 foi publicado um relatório extra, apresentando as lacunas geográficas do grupo taxonômico, família, gênero ou espécie.

  • Em março de 2015 foi produzido um relatório extra para incluir os dados da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção - Portaria nº 443 de 17 de dezembro de 2014 (Fonte: IPT e CNCFlora WebServices). Além do link aos dados por espécie da Lista da Flora do Brasil também foi adicionado um link para o relatório de avaliação do risco de extinção no site do CNCFlora.

  • No relatório de agosto de 2015 foram acrescentados, de forma dinâmica, os mapas de distribuição geográfica produzidos no sistema BioGeo (disponível em http://biogeo.inct.florabrasil.net).

  • O relatório de julho de 2016 (disponível em http://lacunas.inct.florabrasil.net/201607) traz os resultados comparados com os relatórios de janeiro de 2015, agosto de 2015 e janeiro de 2016. Dessa forma o usuário pode facilmente avaliar a evolução dos dados online. Todos os relatórios subsequentes comparam o status dos dados a partir de janeiro de 2015.

 

A figura a seguir mostra o resultado do relatório lacunas para Fungos até agosto de 2020, utilizando como critério de busca nomes válidos e seus sinônimos, busca fonética e todos os registros, com ou sem coordenadas geográficas.

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A avaliação visual do grupo Fungos mostra uma queda do número de espécies sem registros e o crescimento do número de espécies com dados no INCT-HVFF. Mostra também o número de espécies sem registros por Estado, o que pode orientar novas coletas.

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Analisando as espécies ameaçadas, listadas na Portaria 443 do MMA, verifica-se que 190 nomes sequer foram analisados por não constarem na Lista da Flora 2020, nem como nome válido, nem como sinônimo.

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O relatório da espécie Staelia hatschbachii (J.H.Kirkbr) apresenta a seguinte informação:

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O sistema apresenta links para a Flora 2020, o CNCFlora, a rede speciesLink e para o modelo de distribuição geográfica disponível no BioGeo. A figura mostra, por exemplo, que o INCT-Herbário Virtual não tem registros de ocorrência dessa espécie no estado da Bahia.

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Ainda em relação ao sistema Lacunas, um artigo foi publicado em 2014 na revista Biodiversity and Conservation:

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Canhos D. A. L., Sousa-Baena M. S., Souza S., Garcia L. C., De Giovanni R.,

Maia L. C., & Bonacelli M. B. M. 2014. Lacunas: a web interface to identify

plant knowledge gaps to support informed decision-making.

Biodiversity and Conservation, 23(1): 109-131.

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BioGeo - Biogeografia da Flora e Fungos do Brasil

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O sistema BioGeo visa expandir o conhecimento sobre a biogeografia das espécies de plantas e fungos do Brasil, utilizando técnicas de modelagem de distribuição potencial e contando com a participação ativa de especialistas. A plataforma utiliza o ambiente computacional openModeller para a geração de modelos de distribuição potencial de espécies desenvolvido pelo CRIA e outros parceiros com o apoio da Fapesp. Nesse ambiente foi desenvolvido um workflow que depende da ação de especialistas na:

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  1. seleção dos nomes alternativos e relações taxonômicas da espécie a ser modelada. O sistema utiliza a Lista da Flora do Brasil e o banco de dados Tropicos como fonte de informação;

  2. na seleção dos registros de ocorrência a serem incluídos na modelagem o sistema utiliza os dados do INCT-HVFF na rede speciesLink; e,

  3. na análise do modelo produzido, o qual poderá ser descartado ou publicado.

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O sistema hoje possui 169 supervisores cadastrados e 5.614 modelos publicados de 4.781 espécies. Estão disponíveis online modelos de 4.694 espécies de Angiospermas, modelos de 5 espécies de Briófitas, modelos de 10 espécies de Fungos, modelos de 4 espécies de Gymnospermas e modelos de 68 espécies de Samambaias e Licófitas.

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Um exemplo interessante do uso da ferramenta foi o trabalho desenvolvido por Hassemer, G. & Trevisan, R. 2013 (proc 292 e 8586); e Hassemer, G. 2013 e 2014 (proc 10759 e 14020). Ao longo de 16 meses foram gerados 4 modelos de distribuição geográfica para a espécie Plantago catharinea Decne. O primeiro modelo foi gerado no dia 04/02/2013 com apenas 2 pontos de ocorrência, o segundo no dia 21/05/2013 com 6 pontos de ocorrência, o terceiro no dia 23/09/2013 com 10 pontos e o quarto modelo no dia 08/09/2014 com 15 pontos.

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biogeo.inct.florabrasil.net/proc/292, biogeo.inct.florabrasil.net/proc/8586; biogeo.inct.florabrasil.net/proc/10759;O.inct.florabrasil.net/proc/14020

Os modelos resultantes mostram modelos muito mais precisos com o aumento do número de registros. O primeiro modelo com apenas 2 pontos mostra um foco mais para o sul, mas inclui a probabilidade de ocorrência da espécie em várias regiões do país. O segundo modelo com 6 pontos reduz a área de ocorrência provável da espécie. Os modelos subsequentes, com o aumento de pontos, mostram modelos com áreas de distribuição ainda mais reduzidas. Os autores ao longo desse período visitaram herbários e identificaram materiais para garantir a inclusão de mais dados de ocorrência da espécie no herbário virtual e produzir modelos de distribuição mais precisos.

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Produtos resultantes do componente 2:

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Foi desenvolvido um programa de pesquisa em taxonomia com a realização de coletas e estudos de grupos específicos. A escolha dos grupos de fanerógamas, briófitas e fungos foi baseada em lacunas de conhecimento identificadas por meio da análise dos acervos dos herbários on-line e da Lista de Espécies da Flora do Brasil. Os resultados foram publicados em edição do Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (No. 36), em 2014, gerando os seguintes artigos:

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Riqueza de fungos poliporoides (Agaricomycetes, Basidiomycota) em uma floresta ombrófila densa no Amapá, Amazônia brasileira - (Species richness of poroid fungi (Agaricomycetes, Basidiomycota) in an ombrophilous forest in Amapá, Brazilian Amazon).

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Briófitas: estado do conhecimento e vulnerabilidade na Floresta Atlântica Nordestina - Bryophytes: status of knowledge and vulnerability in the Northeastern Atlantic Forest

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Arbuscular mycorrhizal fungi: new records in Northeast of Brazil - Fungos Micorrízicos Arbusculares: novos registros no Nordeste do Brasil.

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Agaricomycetes in the Atlantic Rain Forest in Northeast Brazil - Agaricomycetes na Mata Atlântica no Nordeste do Brazil.

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State of knowledge of Lecythidaceae in Espírito Santo State, Brazil - Estado do conhecimento de Lecythidaceae no Espírito Santo, Brasil.

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Briófitas de Afloramentos Rochosos do Estado de Pernambuco, Brasil - Bryophytes on rocky outcrops in Pernambuco State, Brazil.

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Liquens brasileiros: novas descobertas evidenciam a riqueza no Norte e Nordeste do país - Brazilian lichens: new discoveries show the richness in the North and Northeast of the country.

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Speeding up the discovery of unknown plants: a case study of Solanum (Solanaceae) endemics from the Brazilian Atlantic Forest - Acelerando a descoberta de plantas desconhecidas: um estudo de caso com espécies de Solanum (Solanaceae) endêmicas da Floresta Atlântica brasileira.

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Ampliando o conhecimento sobre a flora fanerogâmica do Ceará - Diversity of the fanerogamic flora of Ceará.

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